quarta-feira, 26 de julho de 2023

10 dicas que vão te ajudar a ler mais a bíblia!

 

Quantas vezes você já tentou iniciar um plano de leitura da bíblia e não conseguiu? 

Quantas pessoas você conhece que se comprometeram a ler a Bíblia inteira durante o ano e acabaram não cumprindo sua promessa? É quase como se prometer começar a malhar na segunda-feira: pode ser que dê certo no início, mas na correria do dia-a-dia vamos abandonando aos poucos o hábito. É extremamente importante nos alimentarmos da Palavra de Deus e sim, qualquer pessoa é capaz de ter esse hábito diário e mais ainda, entender a Bíblia. Sua leitura nos faz bem espiritualmente, aumenta a nossa fé e nos capacita a sermos embaixadores de Deus. Separei 10 dicas para que a leitura das Escrituras faça parte do seu cotidiano. Confira! :)



Lembre-se de que você está na presença de Deus

Antes de mais nada, não abra a sua Bíblia sem se lembrar de que aquele é um momento de adoração. Você está buscando intimidade e aproximação com Deus, portanto, peça a Ele que venha em seu quarto e se encontre com você. Isso é extremamente importante pois é ele que irá te capacitar a entender as Escrituras.

Concentre-se particularmente nos livros mais simples

Todos os livros são importantes e foram inspirados por Deus e em cada um podemos encontrar sabedoria e conhecimento. Contudo, existem determinados livros que devem ser priorizados, como por exemplo os quatro evangelhos, que contam a história de Jesus, o livro de Salmos, que contam as emoções mais humanas do Rei Davi e o livro de Gênesis, com a história da criação do mundo e de grandes heróis da fé. Não comece lendo Levíticos ou Apocalipse.

Foque nos livros que falem com você de uma maneira especial

Sim, é importante ler a Bíblia inteira, contudo, não se trata de uma corrida onde quem acabar primeiro será o vencedor. Aproveite o momento e conheça quais são os livros com os quais você mais se identifica. Foque neles e procure extrair a mensagem por trás de cada versículo. Não se preocupe caso você leia mais de uma vez o mesmo livro. A experiência nunca será a mesma e em cada uma delas Deus falará de uma maneira diferente.

Faça planos e estabeleça metas

A Bíblia é um livro muito grande. Não tente lê-la inteira em dois meses. Faça planos de leitura (existem excelentes planos anuais na internet) e estabeleça metas, como por exemplo: “Lerei 1 Salmo e 1 capítulo do Novo testamento todos os dias” ou “Lerei 15 minutos por dia da Bíblia na ordem cronológica” ou “Lerei 1 capítulo de Provérbios por dia”.

Busque livros de apoio

Existem diversos livros que podem ser bons companheiros na sua jornada de crescimento espiritual. Eu utilizo a Coleção de Comentários Expositivos do Pastor Hernandes Dias Lopes, onde ele explica cada um dos livros, o contexto histórico e comenta versículo por versículo. É enriquecedor e esse tipo de auxílio pode abrir sua mente para entender o que o autor realmente quis dizer em cada capítulo. Aos poucos, você perceberá que as revelações virão automaticamente.

Faça da sua disciplina uma prioridade

Dizem que 24 horas é pouco para todas as atividades que nos propomos a executar durante um dia. E realmente, quantas vezes não percebemos que nossos planos extrapolam muito o tempo que dedicamos a cada uma delas? Por isso, é preciso priorizar e estabelecer quais são as mais importantes. Entenda que assim como você não pode passar um dia sem se alimentar, seu espírito precisa do alimento espiritual e, portanto, a Bíblia deve ser uma de suas prioridades diárias. Guarde um momento fixo todos os dias para ler a sua Bíblia e não deixe nada substituir aquele momento.

Desconecte-se do mundo por um momento

Segundo estudo do eMarketer, um adulto médio gasta mais de 5 horas em atividades online, incluindo dispositivos móveis. Por muitas vezes não conseguimos nos desconectar de redes sociais, de forma que todas as coisas que fazemos no nosso dia-a-dia sofrem a interrupção de conversas virtuais. Pare por um momento, desligue o celular ou deixe-o longe por alguns minutos. Se concentre na sua leitura. Você será muito mais produtivo e os momentos que você passar com sua Bíblia serão muito mais proveitosos se apenas você focar apenas em Deus.

Leia regularmente

Não deixe para pegar a sua Bíblia quando as coisas apertarem e você precisar urgentemente de uma palavra de Deus. Leia todos os dias e veja a evolução de sua vida espiritual. Se organize e todos os dias leia um pouco de sua Bíblia. Feito doses homeopáticas, tome um pouco por dia, não tudo de uma vez só.

Sublinhe versículos e tenha um caderno de anotações

Durante sua leitura, você encontrará versículos que saltarão aos seus olhos e te farão pensar “Uau! Como eu não tinha visto esse versículo aqui antes?!” Faça anotações em um caderno do que Deus tem te falado e marque os seus versículos preferidos para encontrá-los mais facilmente em um outro momento para, por exemplo, orá-los.

Escolha um bom momento para ler

Há um tempo atrás eu decidi: todos os dias, assim que acordar e antes do meu café da manhã vou ler um capítulo da Bíblia. Foi um fiasco. Percebi que, quando acordo, não tenho condições alguma para ler – seja a Bíblia ou outro livro – e literalmente a minha leitura se tornou muito mais um ritual do que um prazer. Escolha um horário que seja bom para você. Pode ser durante de manhã, durante o almoço, antes de dormir. O importante é encaixar em seu dia-a-dia um momento dedicado à leitura bíblica.

Que possamos nos apresentar diante de Deus, como obreiros que manejam bem a Palavra da Verdade (2 Tm 2:15) Boa leitura!

quarta-feira, 19 de julho de 2023

Eu li o livro O Jejum de Jesus de Lou Engle!

 Quero deixar um vídeo do meu canal Meu Livro Favorito com uma indicação de um livro incrivel. Realmente foi maravilhosa a leitura, e creio que será benção para você também! Assista!




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terça-feira, 18 de julho de 2023

Chuva abundante, de Kris Vallotton

 



“Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos” (Atos 2:17). É com esse versículo que Kris Vallotton, um dos fundadores da Bethel School of Supernatural Ministry em Redding, Califórnia, inicia seu livro. Kris é líder associado sênior da Bethel Church e tem participado da equipe apostólica de Bill Johnson por mais de trinta anos. Sua paixão é por ver a vida das pessoas sendo transformada, que consequentemente irá transformar o mundo todo. Ao escrever Chuva Abundante, o autor se propõe a responder perguntas urgentes da relação igreja-sociedade e a prepara para uma revolução que visa transformar cada campo da sociedade.

Jesus foi ousado ao nos ensinar a orar a oração do Pai nosso. Em uma das frases repetimos “Venha o Teu Reino, seja feita a Tua vontade”. Mas será que realmente sabemos o que estamos orando? Pedimos para que o Reino se estabeleça hoje na Terra, não em um futuro distante ou apenas na sua gloriosa volta. Kris abre então os nossos olhos através de um convite para entrar em uma jornada onde a vontade do Pai seja estabelecida em todos os montes da sociedade. Seja na política, nos negócios, nas artes ou no entretenimento a atração do céu na Terra pela oração dos santos tem o poder de causar uma revolução global.

Não podemos nos preparar psicologicamente para reunir coragem sobrenatural. É uma ousadia divina que só pode ser transmitida pelo próprio Senhor. Quando recebemos o dom de coragem, sentimos como se houvesse um campo de força invisível nos protegendo.

Publicado em português pela editora Vida, Chuva Abundante tem um nome muito apropriado. Tal como chuva torrencial que cai em abundância, Kris acredita que quando nos unirmos em oração pela vontade do Pai sendo feita na Terra o impacto será revolucionador, abrangendo toda a sociedade. Abordando assuntos polêmicos como a reforma da Igreja, o início da era apostólica e coragem para evangelizar, Vallotton não apresenta gráficos sobre os fins dos tempos ou o anticristo. O que seu livro se propõe a fazer é moldar nossas atitudes, mudar o foco de nossas prioridades e apontar quais são as nossas responsabilidades.

Os maiores milagres e as mais poderosas expressões do Reino estão destinados a acontecer nos piores lugares do planeta,  não dentro das paredes de um prédio.

Através de exemplos de sua própria vida e de grandes personagens bíblicos, Kris Vallotton expõe o glorioso plano de Jesus para dar novamente esperança ao mundo decaído. Nos confronta com quais são as nossas responsabilidades para por em prática esse plano e chama a Igreja às suas raízes sobrenaturais. O autor defende que “sem milagres, o Reino de Deus é reduzido a palavras, conceitos bíblicos e boas obras”. A alerta é de que a Igreja é a agência de Deus responsável pela transformação do mundo e este mundo está clamando, gritando por uma chuva abundante que vá novamente regar cada terra seca e deserta. Leia o livro Chuva Abundante e assuma passos práticos para que Deus mande sua chuva para hidratar nossas cidades.

Como seria sua cidade se o Reino de Deus fosse sobreposto a cada esfera da sociedade? Você consegue imaginar o que aconteceria com os índices de criminalidade, taxas de divórcio, doenças terminais, depressão, pobreza, desesperança, assédio sexual, estupro, pornografia, vícios, desemprego… se você e outros sonhadores começassem a antever o futuro da sua cidade com Deus e, então, impregnassem a população com essa visão, assim como Martin Luther King fez nos seus dias?


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Texto de Estevão Reis

sexta-feira, 14 de julho de 2023

Como Encontrar Coragem em O Refúgio Secreto de Corrie Ten Boom




Quando olho para a lombada gasta do livro O Refúgio Secreto na minha prateleira, sempre penso primeiro nas pulgas e no terror que pessoas eram forçados a dormir em leitos de palha, infestados de pulgas em um campo de concentração. E, então, eu me lembro, espantada e com culpabilidade profunda, da oração sussurrada por Betsie ten Boom e recordada pela sua irmã Corrie: “Obrigada, Deus, pelas pulgas”.

A primeira vez que li O Refúgio Secreto, eu tinha uns 20 e poucos anos e, após longos anos de leituras atribuídas, estava redescobrindo a alegria de ler por prazer. Atraída por biografias de cristãos fiéis, eu as devorava rapidamente. Buscava naqueles livros mundos e experiências diferentes dos meus para extrair sabedoria deles. Lí avidamente livros como Peace Child [A criança da Paz], Evidence Not Seen [Evidência Não Vista], A Chance to Die [Uma Chance para Morrer], Shadow of the Almighty [À Sombra do Todo-poderoso], Surpreendido pela Alegria, Living Sacrifice [Sacrifício Vivo] e Mulheres Fiéis e seu Deus Maravilhoso. Mas retornei diversas vezes para a Corrie ten Boom e a cidade de Beje, na Holanda, a sua cela na prisão e o beliche coberto de pulgas que ela dividia com a sua irmã em Ravensbruck, nas profundidades da fria Alemanha Nazista, cheia de ódio.

A Bondade de Deus Diante do Pior da Humanidade

As memórias da Corrie começam de forma bem alegre, recordando seu lar, trabalho e a vida em família na Holanda. Entretanto, uma nuvem paira sobre a narrativa pois, como quem conhece história sabe, a guerra está para chegar. Quando a Alemanha Nazista invadiu e ocupou a Holanda, Corrie começou a perceber pequenas mudanças desnorteantes: transeuntes portando estrelas de Davi, vitrines de lojas de judeus apedrejadas, palavras repugnantes pintadas nas paredes das sinagogas. Eventualmente, Corrie e a sua família percebem que seus vizinhos judeus estavam desaparecendo — não se sabia para onde — então começaram a esconder judeus em sua casa e a trabalhar com uma rede clandestina para ajudá-los a escapar para um lugar seguro.

Corrie, seu pai (Casper) e sua irmã (Betsie) acabaram sendo traídos por outro holandês e foram presos e encarcerados. As duas mulheres foram transferidas eventualmente para Ravensbruck, um campo de concentração alemão. Enquanto estavam no campo, dormindo com as pulgas, Betsie, que tinha a saúde frágil, compartilhou com Corrie uma visão do pós-guerra: ela tinha que contar o que havia visto — não só a brutalidade mas também como o amor e o perdão encontrados em Cristo superam o mal e o ódio do mundo. Betsie implora a Corrie para relatar como Deus estava ali no meio delas durante seu sofrimento mais profundo.

A Betsie não sobreviveu para ver a realidade da sua visão, mas Corrie sobreviveu. Ela foi solta do campo de concentração com base no que, mais tarde descobriu ter sido um erro administrativo. Esse erro administrativo, divinamente planejado, a impulsionou em uma jornada pelo mundo todo para proclamar o que havia visto e vivenciado: uma história da fidelidade de Deus durante um dos maiores sofrimentos que a humanidade poderia inventar.

Fé Honesta Posta em Prática

Sendo uma mulher jovem, recebi a história da Corrie com gratidão. Necessitava de sua honestidade ao tentar conciliar a fé com o sofrimento. Quando Betsie agradece a Deus pelas pulgas, fiquei quase indignada. Fiquei mais do lado da Corrie do que com a Betsie quando a Corrie disse: “Betsie, nem mesmo Deus pode me tornar grata por uma pulga.” Quando Betsie expressava compaixão pelos guardas nazistas, orando sinceramente por almas endurecidas pelo ódio, fiquei do lado da Corrie em oposiçāo, incerta se o perdão poderia mesmo acontecer. Mas, através de algumas circunstâncias que revelaram a bondade de Deus, Deus levou a Corrie a ser grata pelas pulgas. E quando, após a guerra, um ex-guarda do seu dormitório estendeu-lhe a mão pedindo perdão, Corrie decidiu oferecê-lo mesmo sem senti-lo.

À medida que amadureci, retornei a estes exemplos quando enfrentava “pulgas” e situações nas quais eu sabia que obedecer a Deus significava perdoar aqueles que me machucaram, embora em situações muito menos graves do que Corrie e milhões de outros viveram em campos de concentração durante a II Guerra Mundial. Pelo fato de que a fé da Corrie foi acompanhada de obediência, foi como se ela chegasse ao meu lado como parte da “grande nuvem de testemunhas” mencionadas em Hebreus 11 e dissesse: “Siga-me, como eu sigo a Cristo.” Ela me mostrou que a luz de Deus sempre pode ser encontrada, não importa a escuridão.

Retorno frequentemente às páginas de O Refúgio Secreto, à cada vez em meio a circunstâncias diferentes, e continuo considerando-o tão relevante para os dias de hoje quanto era há quase 50 anos. Na verdade, este é um livro para o nosso tempo, porque ele nos recorda que a verdade do evangelho se estende para muito além da nossa geração (e das brigas no Twitter de hoje). Ela adentra as profundidades da nossa escuridão e necessidade humanas , e penetra fundo na maneira como vivemos junto ao nosso próximo.

Necessitamos de exemplos como o de Corrie e Betsie de viver, de fato, aquilo que dizemos que cremos, lembrando-nos que a fé sem obras é morta. Parece-me que o que mais necessitamos agora é um amor corajoso — buscando fazer pelo nosso próximo aquilo que Jesus fez por nós: iniciar, perdoar e sacrificar. Corrie nos advertiu sobre o que nos impede de vivenciar aquilo que ela vivenciou:

“Eu vi que a indiferença rígida aos outros era a doença mais fatal do campo de concentração. Me senti sendo contaminada: como alguém poderia sobreviver se continuasse se importando?… Seria melhor estreitar a mente para minha própria necessidade, não ver, não pensar.”

Nós também temos que lutar contra a apatia, escolhendo ver o nosso próximo, pensando e olhando além de nós mesmos.

O Poder da Palavra

Necessitamos também ouvir de uma mulher que foi privada de liberdade, comida e da família, que o que a mantinha viva era uma Bíblia contrabandeada e que ela milagrosamente manteve escondida durante o seu suplício. Corrie descreveu ter “devorado” os Evangelhos inteiros em uma sentada e ter “vivido” nas verdades da Palavra como se elas tivessem sido escritas exatamente para a situação dela. Em um dormitório empesteado de pulgas, tão imundo que nenhum guarda entrava, ela e Betsie abriam a Biblia e liam em voz alta, esperando enquanto diversas vozes traduziam as palavras vivificantes para o alemão, o polonês e o francês:

“Como menores abandonados ao redor de uma fogueira, nós nos reuníamos em volta dela, abrindo nossos corações para o seu calor e luz. Quanto mais escura a noite ao nosso redor ficava, mais brilhante e verdadeira, e mais bela, brilhava a palavra de Deus… Eu olhava ao redor enquanto a Betsie lia, observando aquela luz pular de um rosto para o outro. Mais que vencedores… Não era um desejo, era um fato. Eu sabia, eu o vivenciei, a cada minuto — pobres, odiadas e famintas. Somos mais que vencedores. Não “seremos”. Nós somos!”

Se as Escrituras sustentaram estas mulheres no lugar mais sombrio de todos, certamente será o nosso sustento, enquanto esperamos que nossa própria escuridão passe. No nosso mundo repleto de ideias, que nós desejemos e “devoremos” as palavras vivificantes, tal como Corrie e Betsie o fizeram.

Eu, com certeza, continuarei retornando a O Refúgio Secreto com frequência, aprendendo com Corrie e Betsie e sendo lembrada do porque posso ser grata a Deus em qualquer situação, mesmo que envolva pulgas.

Texto de Christin Hoover 

Traduzido por Mariana Ciocca Alves Passos.

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Publicado originalmente em:

“Obrigada, Deus, Pelas Pulgas”. Como Encontrar Coragem em O Refúgio Secreto - Coalizão pelo Evangelho (TGC Brasil) (coalizaopeloevangelho.org)

quinta-feira, 13 de julho de 2023

11 motivos para ler As Crônicas de Nárnia!

 


Muito além de apenas um livro infantil, As Crônicas de Nárnia misturam um mundo fantástico com religião de uma maneira não sutil, e existem diversos motivos pelos quais você deveria ler a maior obra de C. S. Lewis

 

O contexto histórico apontava para uma queda dos valores humanos. Era segunda guerra mundial e enquanto muitos desacreditavam de que haveria um Deus que poderia reverter a situação em que o mundo se encontrava, outros buscavam se ancorar na fé e acreditarem que um mundo melhor ainda poderia vir. O primeiro livro escrito por C. S. Lewis, O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, foi publicado em 1950 e seria então o único com a temática Nárnia. Foi apenas após insistência de Tolkien, autor de O Senhor dos Anéis, que Lewis decidiu continuar a história, mantendo apenas Aslam, o leão criador, como personagem central.

Diferentemente de outras histórias de fantasia, não existe uma ordem de leitura ou até mesmo uma personagem principal na série de livros denominada de As Crônicas de Nárnia. Cada um é independente e apenas Aslam aparece em todos. Publicamente convertido ao cristianismo após um longo tempo confessamente ateu, C. S. Lewis escreveu As Crônicas de Nárnia para sua sobrinha, Lucy, e adaptou a linguagem dos livros de uma forma que ela pudesse entender, daí a redação tão infantil. Contudo, ainda que o livro tenha essa temática voltada para o público infantil, é considerado um dos maiores clássicos da literatura cristã e ensina conceitos como criacionismo, perdão, pecado e a obra redentora de Jesus através de uma trama que cativa o leitor.

Por outro lado, nem todos os cristãos tem conhecimento da obra, talvez apenas viram os filmes produzidos pela Walt Disney em 2005 e 2008, sendo depois assumido pela Twentieth Century Fox  em 2010. Para propagar mais o mundo fantástico que existe por detrás do guarda-roupa, listei 11 motivos que deveriam ser suficientes para te convencer a ler o maior clássico de Lewis. Não estou defendendo aqui que os sete livros que compõem As Crônicas de Nárnia podem substituir a leitura da Bíblia, contudo, entendo que é uma leitura complementar essencial para aqueles que querem ler a mensagem de amor de Cristo por uma ótica romanceada e interpretada por personagens da mente de Lewis.

1. Os livros apresentam a obra redentora de uma maneira fácil

Como foi dito, os livros foram escritos para crianças e jovens que, em um ambiente hostil, vinham perdendo sua esperança e fé. O autor se inspirou em histórias clássicas da Bíblia para dar luz a um universo onde conceitos de certo/errado, luz/trevas e paz/guerra são ensinados, principalmente por Aslam, o criador e rei de Nárnia.

2. Os conceitos de pecado, redenção e arrependimento são ensinados.

Muitas crianças e adolescentes – e também adultos – têm dificuldade em compreender os conceitos como a criação, o apocalipse, o arrependimento, o sacrifício de Cristo e outros temas que são pilares do cristianismo. C. S. Lewis apresenta esses temas utilizando personagens e metáforas de forma didática que podem iluminar a mente e abrir os olhos para uma próxima vez em que fomos refletir sobre as Escrituras.

3. Aslam é trindade encarnada no universo de Nárnia

Lewis discorda de que Aslam seria uma alegoria para Jesus. Ele não é Jesus, mas sim o Cristo de Nárnia. Para o autor, ele seria mais como um Jesus encarnado no mundo de animais falantes e árvores vivas, sendo o redentor daquele mundo, oferecendo sua vida por amor ao povo. Partindo então do princípio que Aslam possui os paradoxos do Filho Encarnado, podemos ver que ele possui traços das três pessoas: está presente no momento da criação e pela sua palavra todas as coisas de Nárnia são criadas [Pai]; com a traição de Edmundo, Aslam entrega a sua vida para que Edmundo não venha sofrer as consequências de seu erro, e ressuscita após três dias [Filho]; e por fim, pelo seu sopro, estátuas de pedra ganham vida e a mensagem é propagada, de forma que cada vez que uma personagem vem até sua presença ele aprende e recebe instrução, assim como a terceira pessoa da trindade faz conosco hoje em dia [Espírito].

4. Para conhecer Nárnia é preciso de fé

Em um dia de chuva, durante uma brincadeira de esconde-esconde, Lucy descobre uma passagem para Nárnia dentro de um guarda-roupa. Lá, ela se depara com um mundo sobrenatural e ao voltar para o “mundo real”, conta paras seus irmãos daquele novo universo, sendo desacreditada e até mesmo debochada. Seus irmãos chegam até mesmo a checar o guarda-roupa e nada encontram lá. Não seria assim também conosco? Contamos aos outros que encontramos um reino de amor, paz e alegria e somos debochados? Para ver Nárnia é preciso fé e o coração de uma criança, que no dia-a-dia encontrará conforto em terras narnianas. Além disso, no livro Príncipe Caspian também vemos o tema de fé em um Deus que é invisível abordado, pois as crianças (exceto Lúcia) inicialmente não conseguem ver Aslam quando ele faz a sua primeira aparição, mas conseguem vê-lo depois quando acreditam que Lúcia o está vendo.

5. Falharemos ao tentar libertar Nárnia pelas nossas forças

A narrativa do livro Príncipe Caspian traça um paralelo cristão ao apresentar os telmarinos conquistadores (piratas) como apóstatas que tentam eliminar os narnianos originais e seus costumes. Neste livro, Aslam é descrito apenas como um mito – pois ele não é mais visto -, e C. S. Lewis confronta a postura de muitos cristãos de hoje ao apresentar o povo narniano, liderados por Príncipe Caspian, não crendo/dependendo do auxílio de Aslam ao tentarem libertar Nárnia pelas próprias mãos. É claro, eles sempre falham e só vencem quando reconhecem sua incapacidade de fazê-lo e admitem que precisam e dependem de Aslam.

6. A história de Heróis da Fé também serviram de inspiração

Não apenas a história da criação e redenção foram abordados por Lewis mas também histórias de Heróis da Fé foram metaforizadas, como a vida de Moisés que traça um paralelo gigantesco na vida de Shasta, personagem do livro O Cavalo e seu Menino. Neste livro, ficamos sabendo que Shasta havia sido encontrado na água por um pescador quando ainda era bebê, foi criado por pessoas que não eram seus pais e no final, é o responsável pela libertação dos seus compatriotas quando cresceu, os arquelandeses.

7. Lewis nos convida ao arrependimento e à dependência de Aslam

A primeira aparição de Eustáquio, primo dos garotos, acontece no livro A Viagem do Peregrino da Alvorada. Neste livro, Eustáquio é apresentado como uma criança rabugenta, egoísta e desprezível, tendo sua personalidade e vida inspirada na vida de Paulo: ambos passaram de perseguidor descrente à líder e pregador. No desenrolar do livro, Eustáquio é transformado em um dragão como consequência de sua ganância, e só após se arrepender da forma que tratava Nárnia ele volta à forma humana. Essa mudança de personalidade pode ser vista como um batismo na vida da personagem. Aslam pede para que Eustáquio se arrependa de sua vida pré-Nárnia para que volte à aparência humana, selando e representando o novo nascimento do cristão. Fica claro ao leitor que esse processo só pode ser feito através de Aslam: Eustáquio tenta arrancar sua pele de dragão com suas garras mas só fracassa e se atinge brutalmente – apenas as unhas de Aslam puderam arrancar a pele de dragão.

A princípio ardeu muito, mas em seguida foi uma delícia (Eustáquio)

8. Ainda que muitas personagens façam ilusão à mitologia, eles não tiram o brilhantismo da obra

C. S. Lewis foi duramente criticado por cristãos por utilizar não apenas humanos em sua obra, mas também animais falantes, fidalgos, reis e rainhas, gigantes, anões, estrelas, feiticeiras e criaturas mitológicas como Baco, gnomos, cavalos alados, faunos e unicórnios. O argumento utilizado pelos críticos é o de que o autor teria incluído mensagens sutis de religiões pagãs na mensagem de Nárnia. Contudo, a presença desses seres – que na obra foram criados por Aslam – não ofuscam a mensagem por trás do livro e nem tiram seu brilhantismo. Acredito que o objetivo de Lewis foi o de criar um mundo lúdico, onde tudo é possível e que seja paralelo à realidade humana. Aslam, em seu poder criativo e através de seu canto, é o dono da criação e sua criatividade é ilimitada: assim como Deus criou cada humano com sua individualidade, Aslam criou os seres dotados de características físicas e psicológicas diferentes e múltiplas.

9. A quebra de paradigma do mal encarnado

A cultura ocidental tem tendência a apresentar o mal como algo negro, feio e que queima eternamente, sem falar, é claro, dos chifres. Contudo, C. S. Lewis nos apresenta Jadis, a Feiticeira Branca, como uma imperatriz elegante – e falsa rainha de Nárnia – que atrai os humanos através de sua beleza e malemolência. Tal como Satanás, ela fica ao redor das crianças para atraí-las ao seu lado, e quando consegue isso os escraviza e não cumpre nenhuma de suas propostas tentadoras. Além disso, sua principal característica é o gelo, não o fogo como relacionamos as obras malignas hoje em dia.

10. O livro incentiva que o leitor encontre Nárnia no mundo real

C. S. Lewis sabia que os leitores iriam, assim como acontece com todas as obras de ficção, se apaixonar pelo universo de Nárnia e pela simpatia e elegância de Aslam. Contudo, os livros são de cunho evangelístico e portanto apontam para Jesus Cristo. Em um determinado momento do livro, Aslam e Lucy conversam e ele diz: “Em seu mundo tenho outro nome. Vocês têm que aprender a conhecer-me por esse nome. Foi por isso que os levei à Nárnia, para que, conhecendo-me um pouco, venham a conhecer-me melhor”. Desta forma, o leitor é convidado para conhecer o sacrifício do verdadeiro Leão, Jesus.

Em seu mundo tenho outro nome. Vocês têm que aprender a conhecer-me por esse nome.

11. O importante não é como você começa, e sim como termina

Susana é uma das quatro crianças que encontram Nárnia pelo guarda-roupa e lá se mostra uma boa manuseadora de arco e flecha, além de cuidar de seus irmãos e por muitas vezes demonstrar coragem e fé. Presencia o sacrífico de Aslam na Mesa de Pedra juntamente com sua irmã Lucy e, no final, é coroada como rainha de Nárnia, passando a ser conhecida como Susana, a Gentil. Contudo, com o desenvolvimento da personagem, somos informados no último livro, A Última Batalha, que ela não retornaria a Nárnia por ter crescido e se preocupar mais com o seu trabalho e vida social do que com a existência de Nárnia e suas aventuras. Esse final da personagem foi criticado por muitos leitores como sendo uma postura machista de Lewis, principalmente por frentes ativistas femininas, porém, ao ler toda a história vemos que não seria essa a intenção do autor, até mesmo por que diversas personagens femininas possuem destaque na obra. A mensagem que ele queria passar era de que Suzana, antes coroada rainha, não era mais amiga de Nárnia por estar mais interessada em maquiagens e compromissos sociais. Da mesma forma, o que importa em nossa vida não é como começamos nossa jornada na fé, e sim se estaremos esperando Jesus em seu grande retorno.

Em todos os mundos há um caminho para o meu país – falou o Cordeiro. E, enquanto ele falava, sua brancura de neve transformou-se em ouro quente, modificando-se também sua forma. E ali estava o próprio Aslam, erguendo-se acima deles e irradiando luz de sua juba.

 

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E você? Já leu as crônicas de Nárnia? Deixe seus comentários abaixo!

quarta-feira, 12 de julho de 2023

O Livro dos Mártires, de John Foxe

 

O livro dos Martires - John Foxe


EM MEMÓRIA DA DEVOÇÃO E DA CORAGEM.

Este é um livro difícil de resenhar – e de ser lido. Não há um personagem principal, sua história não é determinada nem fixa, mas sim um aglomerado de informações e biografias de diversos discípulos de Jesus que, até meados do século XIX foram perseguidos e mortos por professarem a sua fé. O Livro dos Mártires é uma das mais famosas obras da literatura protestante por condensar a história de alguns dos mártires que enfrentaram a sociedade e principalmente a Igreja romana ao questionarem dogmas como o papado e o sacramento no a

Escrito por John Foxe pela primeira vez em latim no ano de 1559, o livro já teve nove edições e foi traduzido para diversos idiomas. Foxe, inglês e formado pela Universidade de Oxford, sofreu a perseguição aos cristãos protestantes durante o reinado de Mary Tudor, período no qual se exilou na Alemanha e na Suíça para escrever os primeiros manuscritos. No clássico, a história de diversos heróis como John Wycliffe, John Huss, William Tyndale, Martinho Lutero e Thomas Crenmer são narradas. Por que essas pessoas sofreram perseguição, sofrimento, tortura e matanças?

O mártir é uma “pessoa submetida à pena de morte pela recusa de renunciar à fé cristã ou a qualquer de seus princípios”. O verdadeiro mártir é sempre vítima de agressão e violência. O mártir cristão é aquele que prefere morrer a renegar seu Senhor e sua fé.

Não importando o sexo ou a idade, homens e mulheres foram exterminados. Absurdos ainda maiores que o holocausto já haviam acontecido ao longo dos séculos posteriores a Jesus Cristo. A inquisição, responsável pela morte de diversas dessas pessoas, ofendeu-se ao ter alguns de seus princípios questionados. Grandes estudiosos das Escrituras, esses cristãos compreenderam que princípios pagãos haviam entrado nas Igrejas e se recusavam a aceitá-los. É interessante notar que o autor abre seu livro com uma explicação sobre os temas pelos quais esses mártires morreram, nos explicando o que Cristo quis realmente dizer quando disse “sobre essa pedra edificarei a minha Igreja” e também sobre “esse é o meu corpo”.

Wickliff, percebendo que a verdadeira doutrina do Evangelho de Cristo estava adulterada e maculada com invenções sujas e erros graves de bispos e monges, depois de longamente debater e deliberar consigo mesmo, já não podia aceitar esses fatos.

Corajosos, os reformadores dispenderam de árduos esforços para protestar abertamente contra a idolatria e por isso foram condenados à morte. Nos relatos, vemos que por diversas vezes os acusadores “deram chance” aos reformadores para renegarem seus princípios e se arrependerem, recebendo assim o perdão, mas de forma alguma eles hesitaram. Ao preferirem a morte, relatos chocantes são construídos como, por exemplo, o da morte de John Hooper: “No meio do fogo ele orava em voz bastante alta: – Senhor Jesus, tem piedade de mim! Senhor Jesus, tem piedade de mim! Senhor Jesus, recebe o meu espírito! – Estas foram as últimas palavras que ele pronunciou. Quando sua boca ficou preta e a língua inchada e ele já não conseguia falar, seus lábios ainda se movimentaram até que se retraíram descobrindo-lhes as gengivas. Então batia com as mãos no peito até que um dos braços caiu e ele continuou batendo com o outro.”

A literatura é forte e impactante. Por muito tempo ignorada pela Igreja ocidental, a palavra martírio causa espanto e terror. Contudo, a reflexão inspirada pela morte dos mártires pode nos levar à reflexão da nossa fé. Até que ponto vamos pela nossa fé em Cristo? O Livro dos Mártires moldou a consciência religiosa e política da Inglaterra por vários séculos e ainda hoje é uma ferramenta poderosa para nos lembrar que ser um discípulo fiel de Jesus tem consequências e sim, seremos perseguidos por defendermos a verdade.

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terça-feira, 11 de julho de 2023

Os Benefícios da Leitura: Um Tesouro para as Funções Cognitivas, Relações Sociais e Prevenção de Doenças Degenerativas.

 


Introdução

A leitura é uma atividade enriquecedora que abre as portas para um mundo de conhecimento, imaginação e descobertas. Além de proporcionar entretenimento e relaxamento, a leitura tem benefícios significativos para nossa saúde mental e emocional. Neste artigo, exploraremos os benefícios da leitura nas funções cognitivas, nas relações sociais e na prevenção de doenças degenerativas, destacando a importância de cultivar o hábito da leitura em nossas vidas.

1. Aumento das Funções Cognitivas

A leitura regular estimula o cérebro e fortalece as funções cognitivas. Durante a leitura, nosso cérebro é desafiado a interpretar informações, compreender conceitos complexos, desenvolver o raciocínio lógico e ampliar nosso vocabulário. Esses exercícios mentais constantes fortalecem a memória, a concentração e a capacidade de análise, auxiliando na melhoria do desempenho acadêmico e profissional.

2. Desenvolvimento das Habilidades Sociais e Empáticas

A leitura também tem um papel fundamental no desenvolvimento das habilidades sociais e empáticas. Ao nos envolvermos com personagens e histórias, somos expostos a diferentes perspectivas e realidades. Isso amplia nossa compreensão do mundo e dos outros, desenvolvendo nossa empatia e capacidade de nos relacionar com as emoções e experiências de outras pessoas. A leitura nos ajuda a ser mais tolerantes, compreensivos e comunicativos em nossas interações sociais.

3. Estímulo à Imaginação e Criatividade

Quando mergulhamos em um livro, somos transportados para diferentes universos e estimulamos nossa imaginação e criatividade. A leitura ativa nossa capacidade de visualização, permitindo que criemos imagens mentais dos cenários, personagens e situações descritas nas páginas. Essa habilidade de criar imagens mentais se estende além da leitura e enriquece nossas vidas, ajudando-nos a encontrar soluções criativas para desafios diários e a apreciar a beleza do mundo ao nosso redor.

4. Prevenção de Doenças Degenerativas

A leitura regular tem sido associada à redução do risco de desenvolver doenças degenerativas, como a doença de Alzheimer. Manter o cérebro ativo por meio da leitura estimula as conexões neurais e preserva a função cognitiva. Estudos mostram que pessoas que se dedicam à leitura ao longo da vida têm uma menor taxa de declínio cognitivo em comparação com aquelas que não leem com frequência. A leitura é um exercício poderoso para o cérebro, que pode ajudar a manter a mente afiada e a preservar a memória.

Conclusão

A leitura é um tesouro para nossa mente e espírito. Além de nos proporcionar prazer e conhecimento, a leitura oferece uma série de benefícios para as funções cognitivas, as relações sociais e a prevenção de doenças degenerativas. Cultivar o hábito de ler regularmente é um investimento valioso em nossa saúde mental e emocional. Então, pegue um livro, mergulhe em suas páginas e desfrute dos inúmeros benefícios que a leitura tem a oferecer.