EM MEMÓRIA DA DEVOÇÃO E DA CORAGEM.
Este é um livro difícil de resenhar – e de ser lido. Não há um personagem principal, sua história não é determinada nem fixa, mas sim um aglomerado de informações e biografias de diversos discípulos de Jesus que, até meados do século XIX foram perseguidos e mortos por professarem a sua fé. O Livro dos Mártires é uma das mais famosas obras da literatura protestante por condensar a história de alguns dos mártires que enfrentaram a sociedade e principalmente a Igreja romana ao questionarem dogmas como o papado e o sacramento no a
Escrito por John Foxe pela primeira vez em latim no ano de 1559, o livro já teve nove edições e foi traduzido para diversos idiomas. Foxe, inglês e formado pela Universidade de Oxford, sofreu a perseguição aos cristãos protestantes durante o reinado de Mary Tudor, período no qual se exilou na Alemanha e na Suíça para escrever os primeiros manuscritos. No clássico, a história de diversos heróis como John Wycliffe, John Huss, William Tyndale, Martinho Lutero e Thomas Crenmer são narradas. Por que essas pessoas sofreram perseguição, sofrimento, tortura e matanças?
Não importando o sexo ou a idade, homens e mulheres foram exterminados. Absurdos ainda maiores que o holocausto já haviam acontecido ao longo dos séculos posteriores a Jesus Cristo. A inquisição, responsável pela morte de diversas dessas pessoas, ofendeu-se ao ter alguns de seus princípios questionados. Grandes estudiosos das Escrituras, esses cristãos compreenderam que princípios pagãos haviam entrado nas Igrejas e se recusavam a aceitá-los. É interessante notar que o autor abre seu livro com uma explicação sobre os temas pelos quais esses mártires morreram, nos explicando o que Cristo quis realmente dizer quando disse “sobre essa pedra edificarei a minha Igreja” e também sobre “esse é o meu corpo”.
Corajosos, os reformadores dispenderam de árduos esforços para protestar abertamente contra a idolatria e por isso foram condenados à morte. Nos relatos, vemos que por diversas vezes os acusadores “deram chance” aos reformadores para renegarem seus princípios e se arrependerem, recebendo assim o perdão, mas de forma alguma eles hesitaram. Ao preferirem a morte, relatos chocantes são construídos como, por exemplo, o da morte de John Hooper: “No meio do fogo ele orava em voz bastante alta: – Senhor Jesus, tem piedade de mim! Senhor Jesus, tem piedade de mim! Senhor Jesus, recebe o meu espírito! – Estas foram as últimas palavras que ele pronunciou. Quando sua boca ficou preta e a língua inchada e ele já não conseguia falar, seus lábios ainda se movimentaram até que se retraíram descobrindo-lhes as gengivas. Então batia com as mãos no peito até que um dos braços caiu e ele continuou batendo com o outro.”
A literatura é forte e impactante. Por muito tempo ignorada pela Igreja ocidental, a palavra martírio causa espanto e terror. Contudo, a reflexão inspirada pela morte dos mártires pode nos levar à reflexão da nossa fé. Até que ponto vamos pela nossa fé em Cristo? O Livro dos Mártires moldou a consciência religiosa e política da Inglaterra por vários séculos e ainda hoje é uma ferramenta poderosa para nos lembrar que ser um discípulo fiel de Jesus tem consequências e sim, seremos perseguidos por defendermos a verdade.
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