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quinta-feira, 13 de julho de 2023

11 motivos para ler As Crônicas de Nárnia!

 


Muito além de apenas um livro infantil, As Crônicas de Nárnia misturam um mundo fantástico com religião de uma maneira não sutil, e existem diversos motivos pelos quais você deveria ler a maior obra de C. S. Lewis

 

O contexto histórico apontava para uma queda dos valores humanos. Era segunda guerra mundial e enquanto muitos desacreditavam de que haveria um Deus que poderia reverter a situação em que o mundo se encontrava, outros buscavam se ancorar na fé e acreditarem que um mundo melhor ainda poderia vir. O primeiro livro escrito por C. S. Lewis, O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, foi publicado em 1950 e seria então o único com a temática Nárnia. Foi apenas após insistência de Tolkien, autor de O Senhor dos Anéis, que Lewis decidiu continuar a história, mantendo apenas Aslam, o leão criador, como personagem central.

Diferentemente de outras histórias de fantasia, não existe uma ordem de leitura ou até mesmo uma personagem principal na série de livros denominada de As Crônicas de Nárnia. Cada um é independente e apenas Aslam aparece em todos. Publicamente convertido ao cristianismo após um longo tempo confessamente ateu, C. S. Lewis escreveu As Crônicas de Nárnia para sua sobrinha, Lucy, e adaptou a linguagem dos livros de uma forma que ela pudesse entender, daí a redação tão infantil. Contudo, ainda que o livro tenha essa temática voltada para o público infantil, é considerado um dos maiores clássicos da literatura cristã e ensina conceitos como criacionismo, perdão, pecado e a obra redentora de Jesus através de uma trama que cativa o leitor.

Por outro lado, nem todos os cristãos tem conhecimento da obra, talvez apenas viram os filmes produzidos pela Walt Disney em 2005 e 2008, sendo depois assumido pela Twentieth Century Fox  em 2010. Para propagar mais o mundo fantástico que existe por detrás do guarda-roupa, listei 11 motivos que deveriam ser suficientes para te convencer a ler o maior clássico de Lewis. Não estou defendendo aqui que os sete livros que compõem As Crônicas de Nárnia podem substituir a leitura da Bíblia, contudo, entendo que é uma leitura complementar essencial para aqueles que querem ler a mensagem de amor de Cristo por uma ótica romanceada e interpretada por personagens da mente de Lewis.

1. Os livros apresentam a obra redentora de uma maneira fácil

Como foi dito, os livros foram escritos para crianças e jovens que, em um ambiente hostil, vinham perdendo sua esperança e fé. O autor se inspirou em histórias clássicas da Bíblia para dar luz a um universo onde conceitos de certo/errado, luz/trevas e paz/guerra são ensinados, principalmente por Aslam, o criador e rei de Nárnia.

2. Os conceitos de pecado, redenção e arrependimento são ensinados.

Muitas crianças e adolescentes – e também adultos – têm dificuldade em compreender os conceitos como a criação, o apocalipse, o arrependimento, o sacrifício de Cristo e outros temas que são pilares do cristianismo. C. S. Lewis apresenta esses temas utilizando personagens e metáforas de forma didática que podem iluminar a mente e abrir os olhos para uma próxima vez em que fomos refletir sobre as Escrituras.

3. Aslam é trindade encarnada no universo de Nárnia

Lewis discorda de que Aslam seria uma alegoria para Jesus. Ele não é Jesus, mas sim o Cristo de Nárnia. Para o autor, ele seria mais como um Jesus encarnado no mundo de animais falantes e árvores vivas, sendo o redentor daquele mundo, oferecendo sua vida por amor ao povo. Partindo então do princípio que Aslam possui os paradoxos do Filho Encarnado, podemos ver que ele possui traços das três pessoas: está presente no momento da criação e pela sua palavra todas as coisas de Nárnia são criadas [Pai]; com a traição de Edmundo, Aslam entrega a sua vida para que Edmundo não venha sofrer as consequências de seu erro, e ressuscita após três dias [Filho]; e por fim, pelo seu sopro, estátuas de pedra ganham vida e a mensagem é propagada, de forma que cada vez que uma personagem vem até sua presença ele aprende e recebe instrução, assim como a terceira pessoa da trindade faz conosco hoje em dia [Espírito].

4. Para conhecer Nárnia é preciso de fé

Em um dia de chuva, durante uma brincadeira de esconde-esconde, Lucy descobre uma passagem para Nárnia dentro de um guarda-roupa. Lá, ela se depara com um mundo sobrenatural e ao voltar para o “mundo real”, conta paras seus irmãos daquele novo universo, sendo desacreditada e até mesmo debochada. Seus irmãos chegam até mesmo a checar o guarda-roupa e nada encontram lá. Não seria assim também conosco? Contamos aos outros que encontramos um reino de amor, paz e alegria e somos debochados? Para ver Nárnia é preciso fé e o coração de uma criança, que no dia-a-dia encontrará conforto em terras narnianas. Além disso, no livro Príncipe Caspian também vemos o tema de fé em um Deus que é invisível abordado, pois as crianças (exceto Lúcia) inicialmente não conseguem ver Aslam quando ele faz a sua primeira aparição, mas conseguem vê-lo depois quando acreditam que Lúcia o está vendo.

5. Falharemos ao tentar libertar Nárnia pelas nossas forças

A narrativa do livro Príncipe Caspian traça um paralelo cristão ao apresentar os telmarinos conquistadores (piratas) como apóstatas que tentam eliminar os narnianos originais e seus costumes. Neste livro, Aslam é descrito apenas como um mito – pois ele não é mais visto -, e C. S. Lewis confronta a postura de muitos cristãos de hoje ao apresentar o povo narniano, liderados por Príncipe Caspian, não crendo/dependendo do auxílio de Aslam ao tentarem libertar Nárnia pelas próprias mãos. É claro, eles sempre falham e só vencem quando reconhecem sua incapacidade de fazê-lo e admitem que precisam e dependem de Aslam.

6. A história de Heróis da Fé também serviram de inspiração

Não apenas a história da criação e redenção foram abordados por Lewis mas também histórias de Heróis da Fé foram metaforizadas, como a vida de Moisés que traça um paralelo gigantesco na vida de Shasta, personagem do livro O Cavalo e seu Menino. Neste livro, ficamos sabendo que Shasta havia sido encontrado na água por um pescador quando ainda era bebê, foi criado por pessoas que não eram seus pais e no final, é o responsável pela libertação dos seus compatriotas quando cresceu, os arquelandeses.

7. Lewis nos convida ao arrependimento e à dependência de Aslam

A primeira aparição de Eustáquio, primo dos garotos, acontece no livro A Viagem do Peregrino da Alvorada. Neste livro, Eustáquio é apresentado como uma criança rabugenta, egoísta e desprezível, tendo sua personalidade e vida inspirada na vida de Paulo: ambos passaram de perseguidor descrente à líder e pregador. No desenrolar do livro, Eustáquio é transformado em um dragão como consequência de sua ganância, e só após se arrepender da forma que tratava Nárnia ele volta à forma humana. Essa mudança de personalidade pode ser vista como um batismo na vida da personagem. Aslam pede para que Eustáquio se arrependa de sua vida pré-Nárnia para que volte à aparência humana, selando e representando o novo nascimento do cristão. Fica claro ao leitor que esse processo só pode ser feito através de Aslam: Eustáquio tenta arrancar sua pele de dragão com suas garras mas só fracassa e se atinge brutalmente – apenas as unhas de Aslam puderam arrancar a pele de dragão.

A princípio ardeu muito, mas em seguida foi uma delícia (Eustáquio)

8. Ainda que muitas personagens façam ilusão à mitologia, eles não tiram o brilhantismo da obra

C. S. Lewis foi duramente criticado por cristãos por utilizar não apenas humanos em sua obra, mas também animais falantes, fidalgos, reis e rainhas, gigantes, anões, estrelas, feiticeiras e criaturas mitológicas como Baco, gnomos, cavalos alados, faunos e unicórnios. O argumento utilizado pelos críticos é o de que o autor teria incluído mensagens sutis de religiões pagãs na mensagem de Nárnia. Contudo, a presença desses seres – que na obra foram criados por Aslam – não ofuscam a mensagem por trás do livro e nem tiram seu brilhantismo. Acredito que o objetivo de Lewis foi o de criar um mundo lúdico, onde tudo é possível e que seja paralelo à realidade humana. Aslam, em seu poder criativo e através de seu canto, é o dono da criação e sua criatividade é ilimitada: assim como Deus criou cada humano com sua individualidade, Aslam criou os seres dotados de características físicas e psicológicas diferentes e múltiplas.

9. A quebra de paradigma do mal encarnado

A cultura ocidental tem tendência a apresentar o mal como algo negro, feio e que queima eternamente, sem falar, é claro, dos chifres. Contudo, C. S. Lewis nos apresenta Jadis, a Feiticeira Branca, como uma imperatriz elegante – e falsa rainha de Nárnia – que atrai os humanos através de sua beleza e malemolência. Tal como Satanás, ela fica ao redor das crianças para atraí-las ao seu lado, e quando consegue isso os escraviza e não cumpre nenhuma de suas propostas tentadoras. Além disso, sua principal característica é o gelo, não o fogo como relacionamos as obras malignas hoje em dia.

10. O livro incentiva que o leitor encontre Nárnia no mundo real

C. S. Lewis sabia que os leitores iriam, assim como acontece com todas as obras de ficção, se apaixonar pelo universo de Nárnia e pela simpatia e elegância de Aslam. Contudo, os livros são de cunho evangelístico e portanto apontam para Jesus Cristo. Em um determinado momento do livro, Aslam e Lucy conversam e ele diz: “Em seu mundo tenho outro nome. Vocês têm que aprender a conhecer-me por esse nome. Foi por isso que os levei à Nárnia, para que, conhecendo-me um pouco, venham a conhecer-me melhor”. Desta forma, o leitor é convidado para conhecer o sacrifício do verdadeiro Leão, Jesus.

Em seu mundo tenho outro nome. Vocês têm que aprender a conhecer-me por esse nome.

11. O importante não é como você começa, e sim como termina

Susana é uma das quatro crianças que encontram Nárnia pelo guarda-roupa e lá se mostra uma boa manuseadora de arco e flecha, além de cuidar de seus irmãos e por muitas vezes demonstrar coragem e fé. Presencia o sacrífico de Aslam na Mesa de Pedra juntamente com sua irmã Lucy e, no final, é coroada como rainha de Nárnia, passando a ser conhecida como Susana, a Gentil. Contudo, com o desenvolvimento da personagem, somos informados no último livro, A Última Batalha, que ela não retornaria a Nárnia por ter crescido e se preocupar mais com o seu trabalho e vida social do que com a existência de Nárnia e suas aventuras. Esse final da personagem foi criticado por muitos leitores como sendo uma postura machista de Lewis, principalmente por frentes ativistas femininas, porém, ao ler toda a história vemos que não seria essa a intenção do autor, até mesmo por que diversas personagens femininas possuem destaque na obra. A mensagem que ele queria passar era de que Suzana, antes coroada rainha, não era mais amiga de Nárnia por estar mais interessada em maquiagens e compromissos sociais. Da mesma forma, o que importa em nossa vida não é como começamos nossa jornada na fé, e sim se estaremos esperando Jesus em seu grande retorno.

Em todos os mundos há um caminho para o meu país – falou o Cordeiro. E, enquanto ele falava, sua brancura de neve transformou-se em ouro quente, modificando-se também sua forma. E ali estava o próprio Aslam, erguendo-se acima deles e irradiando luz de sua juba.

 

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E você? Já leu as crônicas de Nárnia? Deixe seus comentários abaixo!